A importação formal de mercadorias é uma oportunidade para analisar a viabilidade de uma redução de custos nas organizações, mas existem desafios que precisam ser tratados com cuidado para evitar intercorrências e custos extras no andamento do processo.
Para falar um pouco sobre os contratempos enfrentados por importadores, sejam eles novatos ou veteranos, montamos este artigo com os dez principais obstáculos durante as operações.
Quais são os maiores desafios para empresas na importação?
Nas importações, existem muitos fatores externos, alheios à vontade do importador, que podem surpreender. Por isso, comumente, as empresas importadoras se deparam com desafios durante os processos.
Entretanto, é bom ter em mente que esses desafios podem ser contornados e até evitados se a operação for bem planejada. Que tal saber um pouco mais sobre os dez maiores obstáculos na importação?
Altos custos de importação
Os custos envolvidos na operação de importação podem ser altos, principalmente se considerarmos um pedido com valor muito baixo, visto que os custos fixos acabam somando um percentual elevado dentro do valor total da operação. Isso pode ser um problema, já que afeta diretamente a formação de preço do produto.
Fazer parcerias ruins
Não conhecer o mercado internacional pode levar o importador a fechar parcerias não tão boas. Escolher um fornecedor duvidoso pode trazer uma séria dor de cabeça, visto que a mercadoria entregue poderá ter uma qualidade abaixo do que a esperada.
É fundamental ter um parceiro para validação do fornecedor e homologação da fábrica na China ou em outro país.
Complexidade da legislação brasileira
A legislação brasileira não é simples de se entender, e para o comércio exterior, essa realidade não é diferente.
São muitos códigos, licenças, credenciamentos e outros pontos que precisam de atenção antes, durante e depois da nacionalização, sob pena de serem questionados pelo fisco brasileiro. Só no Regulamento Aduaneiro (Decreto n.º 6.759/09) são mais de 800 artigos!
Falta de apoio estratégico de prestadores de serviço
Os prestadores de serviço no âmbito do comércio exterior precisam ser o “braço direito” do importador, pois são eles que detém a expertise em sua área de atuação.
Quando se opta por um prestador em detrimento de outro, é mandatório levar em consideração o apoio dele durante toda o processo, para que ele auxilie o importador a tomar decisões estratégicas a cada etapa da liberação.
Instabilidade política e econômica
A política e a economia podem ditar o andamento de um processo de importação. Isso porque as alíquotas de impostos, as isenções, os benefícios e incentivos fiscais estão diretamente ligados às decisões do governo e seus órgãos reguladores.
Caso haja conflito entre esses órgãos ou instabilidade no âmbito político-econômico, pode haver alterações significativas no que tange ao planejamento do processo de importação, como alteração de alíquotas de imposto ou até mesmo a isenção ou retomada de aplicação de determinadas taxas na operação.
Demora no processo
Quando um importador vai fazer seu planejamento de compras, ele leva em consideração a sua programação de vendas: o ideal é que nunca falte estoque!
Alguns contratempos durante o tempo de trânsito podem acabar atrasando a chegada e liberação do material, longos trajetos geralmente incluem paradas em portos internacionais ao longo do caminho, o que pode aumentar o tempo em rota.
Burocracias da legislação brasileira
O perfil burocrático dos órgãos reguladores brasileiros é uma afirmação unânime, e isso pode causar morosidade nos trâmites de liberação aduaneira. A depender do escopo da operação de importação, são vários os órgãos envolvidos, e às vezes eles dependem da autorização um do outro para seguir com os seus próprios procedimentos.
Por exemplo: uma Declaração de Importação pode ser liberada para coleta no porto/aeroporto de destino, mas, caso o Ministério da Agricultura não tenha feito a inspeção da madeira da embalagem, a mercadoria seguirá aguardando esta liberação secundária dentro do armazém, sem possibilidade de remoção.
Custos elevados com impostos
A carga tributária brasileira é bastante alta se comparada à de outros países, e isso impacta diretamente no custo global das importações, visto que o recolhimento de impostos é parte integrante do custo da mercadoria, ou seja, do seu preço de entrada.
Quanto maior a carga tributária, mais alto o custo do produto nacionalizado e, consequentemente, maior será o valor apresentado ao consumidor final.
Falta de planejamento estratégico
Todas as operações de importação precisam ser, necessariamente, planejadas a fundo para evitar contratempos.
Não importa se a carga é pequena, uma caixinha ou uma carga projeto, com vários contêineres num mesmo embarque: todas precisam ser analisadas estrategicamente, visto que todas as etapas da liberação são interligadas.
Pense no caso em que uma carga chega ao porto, é liberada pela alfândega dentro do prazo previsto, mas o importador não tenha feito anteriormente o estudo logístico de entrega: ele pode precisar pagar custos extras de armazenagem em zona primária até conseguir negociar e contratar uma transportadora credenciada para carregar a mercadoria.
Dificuldades com a alfândega
O importador pode precisar atravessar alguns desafios durante a liberação aduaneira. Os fiscais da Receita Federal têm a liberalidade de analisar os processos e indicar divergências ou pontos de esclarecimento durante a nacionalização, o que geralmente demanda um certo tempo para conclusão.
Além disso, pode ser necessário revisar dados previamente declarados na operação, caso o fiscal responsável pela análise aponte essa necessidade. A depender do caso, essas modificações podem trazer consigo aplicação de multas e/ou recolhimento de impostos extras.
A importação de mercadorias precisa ser uma operação muito bem planejada e executada, visto que existe uma ampla lista de obstáculos durante o percurso do processo. Contar com uma assessoria especializada em importação é um ótimo caminho para facilitar a superação dos desafios no mundo do comércio exterior.