Como uma forma de superar as instabilidades do mercado interno, existe a possibilidade de uma empresa se tornar exportadora e adentrar ao mercado internacional.
Entretanto, muitas empresas não possuem experiência ou não sabem como iniciar suas atividades no comércio exterior, precisando de agentes intermediários na operação que irão auxiliar ou tomar frente de algumas atividades específicas para a conclusão da exportação.
No comércio exterior, há vários parceiros intervenientes que se especializam em cada etapa da operação ou que preferem coordenar todas as etapas do começo ao fim do processo por questões estratégicas.
A divisão das responsabilidades na operação entre os intervenientes aumenta o foco em cada empresa conforme sua especialidade, mas também é compartilhada a responsabilidade pelo bom funcionamento da operação, sendo necessário estudar previamente a operação e definir bem os passos a serem tomados, sempre na expectativa de que o cliente retornará para mais pedidos.
Para melhor entender sobre os diferentes cenários, aqui citamos e separamos os três tipos de exportações em que um exportador pode se encaixar. São elas: exportação direta, indireta e consórcio.
O que é exportação direta?
A exportação direta ocorre quando o fabricante do produto a ser exportado também é o responsável diretamente pelos trâmites de comércio exterior para enviar a mercadoria para fora do território nacional.
Este tipo de exportação possui uma verticalização de serviços, em que o fabricante é responsável pela exportação, comercialização, negociação de preço e manutenção da marca no mercado internacional.
Como funciona a exportação direta?
A fabricação e disponibilidade do produto é o primeiro passo para a definição dos custos de produção e logísticos a serem compensados no cálculo do preço e da estimativa de lucro da empresa.
Após isso, caso não haja um mercado exterior consolidado com pedidos frequentes, é necessário trabalhar o marketing do produto para prospecção de novos clientes.
Com o incoterm e preço definidos com termos de pagamento negociados com o importador, o exportador precisará emitir os documentos de embarque para os trâmites de exportação do produto e receber os valores da comercialização.
Nessas etapas, é possível ter o suporte de agentes de cargas e despachantes para o transporte internacional e desembaraço aduaneiro respectivamente.
A depender do tipo de produto ou serviço exportado, será necessário prestar serviço de pós-vendas ao importador, devendo o exportador atender de acordo.
Vantagens e desvantagens
Destaca-se como uma grande vantagem a manutenção da qualidade do produto, tanto em sua fabricação, quanto na movimentação logística de acordo com as condições necessárias ao produto exportado.
Por ser o único responsável pela exportação, é possível manter a tabela de preço do mercado estável com livre definição do preço com o importador. Perante a essa responsabilidade, deverá arcar também com todos os custos extraordinários e fixos pela manutenção da operação.
Propulsiona a empresa a obter o know-how de exportação, mantendo uma equipe de funcionários com experiência necessária para efetuar a operação.
Em contrapartida, caso os custos pela manutenção da equipe ultrapassem o esperado e impactem diretamente o custo da operação, isso pode chegar a impactar o preço do produto e inviabilizar comercialmente a operação.
O que é exportação indireta?
A exportação indireta é um sistema horizontal de exportação em que há a presença de pelo menos dois agentes intermediários na operação: um fabricante, que fica responsável por fornecer o produto, e uma comercial exportadora (Trading Company), que operacionaliza a exportação.
Nesta modalidade, cada agente é responsável por uma etapa do processo, desde a manipulação do produto até a efetiva saída da carga do país de origem.
Como funciona a exportação indireta?
O fabricante será responsável tão somente pela fabricação e disposição do produto. Após pronta para ser exportada, deverá vender a mercadoria para uma empresa comercial exportadora, que dará seguimento com os trâmites de exportação.
A empresa comercial exportadora efetuará a negociação do preço com o importador interessado, também podendo ser responsável pela captação de novos clientes, tendo em vista que são os mais interessados em manter a relação de negócios com o produto disponibilizado à parceria.
Todo o trâmite de liberação, contato com agentes de carga e importador é efetuado pela comercial exportadora, sendo esta a responsável pela disponibilização dos documentos de exportação e pagamento dos custos logísticos para a efetivação da exportação.
Vantagens e desvantagens
É uma grande vantagem para cada agente intermediário poder focar seu know-how apenas na parte em que lhe compete. Esta cooperação proporciona a geração de conhecimento pelo compartilhamento dos serviços, trazendo familiaridade ao fabricante sobre os trâmites de exportação.
A manutenção do preço pode ser feita por acordos comerciais, todavia, uma vez que custos relacionados com a matéria-prima e entre outros podem ser imprevisíveis, a comercial exportadora não possui grande controle do preço.
Como não necessita arcar com o custo de manutenção de uma equipe de funcionários experientes com comércio exterior, o fabricante pode focar seus objetivos financeiros e estratégicos no que faz de melhor.
A comercial exportadora, uma vez que não tem em seu escopo a fabricação do produto, consegue ter a oportunidade de compartilhar a assessoria com o cliente e lucrar com a operação, estimulando as vendas no mercado e equilibrando a balança comercial.
O que é exportação tipo consórcio?
Neste tipo de modalidade, existe a presença de mais agentes intermediários na operação. O fabricante não é único e consolida a mercadoria em cooperação com outros fabricantes a fim de atender a pedidos específicos.
Isso ocorre quando o fabricante sozinho não tem a capacidade ou nível de serviço para atender ao pedido solicitado.
Como funciona a exportação tipo consórcio?
A partir do pedido colocado, empresas de um mesmo território se reúnem em arranjos produtivos locais para se beneficiarem e estimularem suas vendas.
Cada empresa será responsável pela fabricação e disponibilização da mercadoria de sua responsabilidade, de acordo com os termos negociados.
Vantagens e desvantagens
Caso a empresa não possua nenhuma experiência com comércio exterior, é possível a aquisição de know-how por meio deste contato, fortalecendo as possibilidades de flexibilização entre as demais modalidades de exportação.
Esta opção pode proporcionar a possibilidade de atender a maiores pedidos de exportação e aumento do poder de negociação com os envolvidos na operação.
Como há muitos agentes envolvidos na operação, a responsabilidade e o nível de confiança nos fornecedores precisam ser maiores.
Caso alguma empresa não consiga cumprir com o combinado, poderá haver atraso para a captação dos valores previstos inicialmente, podendo até gerar o cancelamento da operação.
Existe a oportunidade de divulgar o produto no mercado internacional. Isso também fortalece o produto no mercado nacional, uma vez que ganha o status de produto internacionalizável, ou seja, com nível de qualidade comprovado no mercado exterior.
Esta modalidade deve ser escolhida com muita cautela devido aos níveis de dependência entre si dos envolvidos.
Por isso, o ideal é contar com uma empresa comercial exportadora para consultoria de comércio exterior. Assim, seu negócio será efetivado com as melhores expectativas. Conte conosco sempre que precisar, estamos à disposição para conversar sobre seus projetos.